Quando você escuta a palavra diplomata, o que vem na sua mente?Provavelmente, a imagem de uma pessoa que viaja bastante, fala vários idiomas e que participa de reuniões na ONU.
Bom, tudo isso está certo, porém essa imagem também é uma “miragem”, que oculta grande parte do esforço e da dedicação necessária para assumir esse cargo tão prestigiado.
Muitas vezes, esse estereótipo leva a várias outras dúvidas e mitos sobre a carreira diplomática. O Clipping quer justamente desmistificar os mitos da diplomacia!
Com esse artigo, vamos responder a pergunta mais recorrente de todas:
“Será que a carreira diplomática é pra mim?”
A gente sabe que, em algum momento, todo mundo já se fez essa pergunta. Tá tudo bem. Quem ainda não conhece o universo da diplomacia, e mesmo quem já iniciou essa jornada, vai encontrar algumas respostas aqui.
Dessa forma, pensando em sanar algumas dúvidas, o Clipping resolveu compilar algumas informações essenciais sobre a carreira diplomática nesse artigo, respondendo às seguintes perguntas:
- O que faz um diplomata?
- Como um diplomata é promovido?
- Qual é o perfil de um diplomata?
- Como ser um diplomata?
- Como estudar para o CACD?
Vamos começar?
O que faz um diplomata?
O diplomata é o profissional responsável por:
- Representar o Brasil perante a comunidade internacional;
- Coletar informações necessárias à formulação de nossa política externa;
- Participar de reuniões internacionais e, nelas, negociar em nome do nosso país.
Em outras palavras, o diplomata tem as funções de representar, informar e negociar. Além disso, têm a responsabilidade de prestar assistência a cidadãos brasileiros residentes ou de passagem no exterior.
O diplomata é um servidor público que atua no âmbito do Ministério das Relações Exteriores, conhecido como Itamaraty.
Ao longo de sua jornada, um diplomata tem a possibilidade de trabalhar em variados postos e com assuntos diversificados, como direitos humanos, meio ambiente, energia, paz e segurança, comércio, investimentos, cooperação para desenvolvimento internacional, entre outras áreas.
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O que são postos?
“Postos” é o nome dado às repartições do MRE no exterior. Segundo o Itamaraty, existem três tipos de postos:
1) A Embaixada, responsável pelas relações bilaterais entre o Brasil e o país onde está instalada;
2) A Repartição Consular, responsável pela assistência a brasileiros no exterior;
3) A Missão ou Delegação junto a organizações internacionais.
Dessa forma, as possibilidades de atuação do diplomata alocado no exterior são inúmeras.
“Gostei! E assim que eu passar no concurso, posso escolher em qual posto vou trabalhar?”
Não é tão simples assim. Primeiramente, é importante entender o que é o CACD. O Concurso de Admissão à Carreira Diplomática. Ele é a porta de entrada para aqueles que sonham com a diplomacia.
O concurso público conta com três etapas em que são cobradas 10 disciplinas com um grande grau de especificidade. Por isso, o CACD é conhecido como um dos concursos mais concorridos do país.
Após aprovação no CACD, o diplomata inicia sua jornada no cargo de terceiro-secretário. Com base em critérios estabelecidos e também por merecimento, poderá ser promovido.
Como o diplomata é promovido?
Logo após a posse, os terceiros secretários são matriculados no Curso de Formação do Instituto Rio Branco (IRBr), a “escola de diplomatas do Brasil”. O curso, de acordo com o site do Itamaraty:
- Tem duração de 15 meses e conta com aulas regulares, seminários, conferências e viagens de estudos;
- As aulas regulares têm o objetivo de formar os novos diplomatas em assuntos importantes para o cargo, como História, Política Internacional, Direito Internacional e Economia. Aulas de idiomas estrangeiros também estão no programa do curso.
- No último período letivo do curso, os alunos participam de estágios na Secretaria de Estado das Relações Exteriores, em áreas diversas.
Os primeiros anos de exercício profissional ocorrem obrigatoriamente em Brasília, que é onde ocorre o Curso de Formação do Instituto Rio Branco (IRBr).
“E quando o diplomata é promovido pela primeira vez?”
De forma geral, a promoção ocorre antes da primeira missão permanente ao exterior, ou durante sua estada no primeiro posto.
Neste outro post do Clipping, você pode saber mais sobre os salários da carreira, os cargos e os critérios de promoção.
Só pra dar um spoiler: o salário de um 3º secretário em 2019, foi de R$19.199,06. No cargo mais alto, o de embaixador, a remuneração foi de R$27.368,67.
Qual é o perfil de um diplomata?
Muito além de uma formação específica, o candidato precisa estar disposto a encarar os desafios que a carreira impõe. Aprender a falar vários idiomas, mudar de país de tempos em tempos são algumas das necessidades da profissão.
Além disso, conforme o edital do CACD, existem algumas exigências básicas, que são:
- Ser maior de 18 anos;
- Ser brasileiro nato;
- Estar em dia com obrigações eleitorais (candidatos e candidatas);
- Estar em dia com as obrigações militares (apenas candidatos do sexo masculino);
- Ter formação em qualquer curso superior reconhecido pelo MEC (não importa qual!);
- E claro, passar no Concurso de Admissão à Carreira Diplomática.
Vale lembrar que cursos tecnólogos valem como curso superior, porém cursos técnicos não.
Além disso, todo ano os aprovados no último concurso divulgam um Guia de Estudos que traz dados sobre o perfil dos aprovados. O Guia da Esperança Equilibrista, de 2019, mostra que:
- 20% dos aprovados foram mulheres;
- A idade média, no momento da aprovação, foi de 29 anos. Os mais novos ingressaram com 23 anos e os mais velho com 37 anos;
- Nove estados são representados. São Paulo tem a maior participação, com quatro aprovados, seguido por Rio de Janeiro e Distrito Federal, com três representantes cada.
- O tempo médio de estudo foi 4,25 anos. O tempo mínimo foi de um 1 ano e o máximo de 10 anos.
- A principal formação acadêmica dos aprovados foi Relações Internacionais, com nove pessoas (45%), seguido de Direito, com oito pessoas (40%);
- Do ponto de vista astrológico, os principais signos dos aprovados são Touro, Libra e Capricórnio, com ninguém dos signos de Gêmeos e Câncer.
Ao contrário de outros concursos, que normalmente atraem um perfil muito específico de candidatos, a carreira diplomática é diversa o bastante, a ponto de atrair candidatos com diferentes realidades e interesses. Em 2018, por exemplo, o concurso contou com aprovados formados em Música, Engenharia Civil e Arquitetura.
Como ser um diplomata?
“Adorei, quero ser CACDista. Como começo a estudar?”
Calma, pera aí! Antes de começar a estudar é importante entender a estrutura do concurso, o número de vagas e afins. Outra informação importante: o programa do CACD é extenso, ao todo, temos 10 disciplinas no edital.
Antes de mais nada é importante saber que o concurso é realizado anualmente desde 1996, sendo 2020 o único ano que ele não ocorreu devido à pandemia do COVID-19.
De forma geral, a estrutura do concurso apresenta uma estabilidade que permite que os candidatos invistam em uma preparação contínua, de longo prazo e sem muitas surpresas de um ano para o outro.
De 2003 a 2018, a banca responsável por elaborar a prova junto ao Instituto Rio Branco era o CESPE. Em 2019, o IADES o substituiu no posto de banca organizadora do CACD, e mantém tal posição até o momento.
Qual o número de vagas?
De acordo com o edital publicado em 2022, o concurso disponibilizará 34 vagas distribuídas da seguinte forma:
Ampla Concorrência | Candidatos negros | Pessoas com deficiência | Total |
27 | 7 | 2 | 34 |
Quais são as fases?
O CACD possui três fases envolvendo, respectivamente, uma prova objetiva, redação e provas dissertativas de diversas disciplinas. A 1ª fase do concurso é realizada nas 26 capitais federais e no Distrito Federal, já a 2ª e 3ª fase ocorrem apenas onde há candidatos aprovados na 1º fase.
A primeira fase, também conhecida como Teste de Pré Seleção (TPS), é composta por uma prova objetiva constituída de questões do tipo CERTO ou ERRADO, totalizando 73 questões e 292 itens, com quatro itens por questão. Bastante coisa, né?
As 73 questões da prova de 2020 foram distribuídas da seguinte maneira:
- Língua Portuguesa – 10 questões
- Língua Inglesa – 9 questões
- História do Brasil – 11 questões
- História Mundial – 11 questões
- Política Internacional – 12 questões
- Geografia – 6 questões
- Economia – 8 questões
- Direito – 6 questões
Questão do tipo CERTO ou ERRADO parece simples, né? Mas não se engane! Essa fase conta com um sistema de penalização de itens errados.
“Como assim, Clipping?”
Há uma penalização de -0,125 pontos para cada item errado, ou seja, dois itens errados anulam um item certo. Por outro, cada item correto soma +0.25 pontos à nota.
Cabe lembrar ainda que, essa fase da prova funciona como uma espécie de filtro entre mais de 6.000 candidatos, selecionando os 250 que passarão para as próximas etapas do processo seletivo.
Para mandar bem nessa etapa, além de muito esforço e estudo, é importante ficar atento também ao histórico das notas de corte do CACD.
Quer saber como foi o TPS em 2022? Dá uma olhada neste vídeo.
A segunda fase é composta por provas escritas de língua portuguesa e língua inglesa, de caráter eliminatório e classificatório. De acordo com o edital, são divididas da seguinte forma:
Prova de Língua Portuguesa com duração de 5 horas:
- Redação sobre tema geral com extensão de 65 a 70 linhas, valendo 60 pontos;
- Elaboração de resumo com de 35 a 50% do texto original, valendo 20 pontos;
- Exercício de interpretação, análise ou comentário com extensão de 15 a 20 linhas, valendo 20 pontos.
Prova de Língua Inglesa com duração de 5 horas:
- Redação sobre tema geral, com extensão de 45 a 50 linhas, valendo 50 pontos;
- Tradução de um texto do Inglês para o português, valendo 15,00 pontos;
- Versão de um texto do português para o inglês, valendo 20,00 pontos;
- Elaboração de um resumo em inglês, a partir de um texto escrito em língua inglesa, valendo 15,00 pontos.
E por fim, a terceira fase é composta por provas escritas de história do Brasil, geografia, política internacional, economia, direito e língua espanhola e língua francesa, de caráter eliminatório e classificatório, conforme o edital.
Elas têm duração de 4 horas cada, dividindo-se duas matérias a cada dia, de forma que uma prova seja feita de manhã e a outra, à tarde. As provas são divididas da seguinte forma:
- História do Brasil e Política Internacional: 2 questões discursivas de 90 linhas, valendo 30 pontos cada e 2 questões discursivas de 60 linhas, valendo 20 pontos cada.
- Geografia, Economia, Direito Interno e Direito Internacional Público: 2 questões discursivas de 60 linhas, valendo 30 pontos cada e 2 questões discursivas de 40 linhas valendo 20 pontos cada.
- Francês e Espanhol: elaboração de resumo em espanhol, a partir de um texto escrito em língua espanhol e de versão de um texto do português para o espanhol, valendo 25 pontos, cada. A prova de francês segue o mesmo formato.

Clipping, socorro! Como é que vou estudar tudo isso?
Calma, fica tranquilo que a gente vai te ajudar com isso! Antes de mais nada é importante entender que não existe uma maneira padrão de iniciar os estudos para o concurso. Dessa forma, é responsabilidade do candidato identificar os métodos de estudos que mais fazem sentido para sua realidade.
Dito isso, uma boa maneira de começar a estudar é lendo o edital do concurso, pois ele te dará base para entender como funciona todo o processo seletivo. Outro ponto importante é entender como funciona a bibliografia do CACD.
Bibliografia CACD
Desde 2010, o Itamaraty não disponibiliza uma bibliografia oficial indicada para o concurso. Apesar disso, existe o que os candidatos chamam de “bibliografia oficiosa”, que é um conjunto mais ou menos uniforme de referências indicadas por candidatos já aprovados, professores e o próprio Clipping, como um norte na preparação para o CACD.
Sendo assim, quando nos referimos a bibliografia indicada, estamos querendo dizer a bibliografia oficiosa.
Cabe ressaltar que essa bibliografia é dinâmica e evolui conforme as edições e as mudanças no concurso. Sendo assim, uma boa preparação deve acompanhar a evolução dessas bibliografias.
E tem mais, não basta apenas ler o livro indicado, é preciso entender como essa obra é cobrada pela banca, também como as páginas específicas que são cobradas.
Uma boa forma de estudar a bibliografia e dar o pontapé inicial é fazendo resumos e fichamentos das informações mais relevantes da obra. Essa prática, além de ajudar a fixar melhor o conteúdo, facilita o processo de revisão da matéria.
Não sabe a melhor maneira de fazer um fichamento? A plataforma do Clipping CACD também auxilia o candidato por meio de resumos dos principais conteúdos, dá uma olhada nesse exemplo aqui.
Dando o primeiro passo!
Antes de começar é preciso entender que ler a bibliografia indicada não é a única tarefa para quem estuda para um dos concursos públicos mais complexo e difícil do país. Outros métodos de estudos como revisão, exercícios e simulados também são necessários.
Para te ajudar a dar o primeiro passo, segue aqui algumas dicas:
1. Acompanhar atualidades e notícias
O primeiro passo é começar a acompanhar atualidades e notícias constantemente. É importante que o candidato adquira o hábito de ler sobre acontecimentos importantes da política interna e internacional. São cobradas atualidades na prova de Política Internacional, Geografia, dentre outras.
2. Identificar por quais matérias você quer começar a estudar
Agora, imagine ter que estudar essas 10 matérias de uma vez só? Cansa só de pensar! É por isso que o segundo passo é identificar por quais matérias você quer começar a estudar.
O conteúdo do concurso é extenso e não é difícil um mesmo tema ser cobrado sob a perspectiva de diferentes disciplinas, o que torna muito produtivo relacionar conteúdos para uma abordagem mais estratégica do conteúdo.
Dito isso, é recomendável iniciar pelas matérias de História Mundial e História do Brasil. Te explicamos o porquê.
Essas matérias são responsáveis por formar uma base contextual útil para o estudo de várias outras matérias. Ou seja, boa parte do conteúdo de outras disciplinas como Geografia e Política Internacional, por exemplo, está relacionado ao conteúdo proposto em História Mundial e História do Brasil.
Assim, estudando essas disciplinas antes você aproveitará de forma mais estratégica o conteúdo de outras.
Vale lembrar que isso é apenas uma recomendação, não significa que você não irá entender as outras disciplinas caso opte por estudá-las primeiro. Para entender melhor como começar a estudar, dê uma olhada neste post.
3. Montar uma rotina de estudos
Para atingir o objetivo de ser aprovado no CACD e virar um diplomata é necessário, além de um bom planejamento, saber colocá-lo em prática. É aí que entra a rotina de estudos. Montar uma rotina de estudos é essencial para manter o foco e a disciplina durante sua preparação para qualquer concurso público.
Não sabe ainda como montar sua rotina de estudos? O Clipping tem um artigo só sobre isso, dá uma olhada!
Conclusão
Eita! Muita informação, né? Deu para perceber que o CACD é um concurso complexo que exige bastante estudo e esforço. Antes de começar a investir tempo, energia e recursos em uma preparação para o concurso, é importante que você se conheça e entenda qual é o lugar da carreira diplomática na sua vida.
Caso ainda não tenha certeza, vale a pena acompanhar as redes sociais e o blog do Clipping, estamos sempre publicando conteúdos sobre o CACD e a carreira diplomática.