Edital de Ofchan saiu há 2 dias. O Edital de intepretado pelo Clipping CACD saiu há 1 dia (se você não leu para tudo e leia agora este nosso post aqui. Tudo o que você precisa saber sobre as lacunas do Edital está lá).
Antes de começar para o concurso de Ofchan você precisa saber como estudar. E hoje sai a primeira de uma série de postagens sobre como se preparar para a prova de Ofchan da FGV. Não há tempo a perder, afinal…
Sim. Ofchan is coming e quem disso isso é quem nos escreve. A Claudia é um querido assinante do Clipping que já contribuiu aqui no Blog algumas vezes. Ela estuda há um bom tempo para o concurso de Ofchan e compatilha com a Filosofia do Clipping de que é preciso saber estudar, ter método, e analisar como a banca funciona, o que ela aliás faz muito bem. .
Com vocês, a perspectiva da Cláudia, do @instudando , sobre como estudar Português para a FGV,
ESQUENTA OFCHAN: COISAS IMPORTANTES QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE A BANCA FGV
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*por Claudia Penchiari
Como o edital deu as caras, está na hora de falarmos sobre a banca que organizará o concurso que há tanto esperamos! Prepare-se para dicas importantíssimas e … boa leitura!
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Durante nosso trajeto na vida de concurseiro, nós nos deparamos com muitas provas de diferentes bancas, com diferentes propostas e etc. Thing is: Você apostou que a prova de ofchan seria feita por uma das bancas que a fez anteriormente, certo? Pois errou, como sabemos. Mas, durante seus estudos:
- 1. Você lembra de ter feito alguma prova da FGV?
- 2. Você sequer teve interesse em fazer meia dúzia de exercícios?
- 3. Você sabia que a FGV fazia provas para concursos ou achou que era só pra OAB?
Independente das suas respostas e eventuais dúvidas, vamos falar sobre os pontos mais importantes dessa provinha tão misteriosa.
LÍNGUA PORTUGUESA
Amada por uns, odiada por outros, essa matéria será cobrada até se você prestar concurso em Marte. E concurseiro que se preze tem que ter nota máxima nela.
“Ah, mas eu já estudo português há bastante tempo e tal. Me viro.”
Bom, se você “se vira”, sugiro que se vire para um livro e estude mais, pois a FGV tem um nível de exigência muito grande. Vamos ao essencial pedido pela banca:
Elementos de construção do texto e seu sentido: gênero do texto (literário e não literário, narrativo, descritivo e argumentativo); interpretação e organização interna. Semântica: sentido e emprego dos vocábulos; campos semânticos; emprego de tempos e modos dos verbos em português. Morfologia: reconhecimento, emprego e sentido das classes gramaticais; processos de formação de palavras; mecanismos de flexão dos nomes e verbos. Sintaxe: frase, oração e período; termos da oração; processos de coordenação e subordinação; concordância nominal e verbal; transitividade e regência de nomes e verbos; padrões gerais de colocação pronominal no português; mecanismos de coesão textual. Ortografia. Acentuação gráfica. Emprego do sinal indicativo de crase. Pontuação. Estilística: figuras de linguagem. Reescrita de frases: substituição, deslocamento, paralelismo; variação linguística: norma culta.
Só na passada de olho já dá pra verificar o óbvio ululante: a banca está cobrando tudo de Português. É isso mesmo. Tudo cobrado em high level. E ainda digo mais: isso aí tudo é avaliado minuciosamente na parte discursiva, mes amis.
Pois bem, mas você só está falando sobre como a prova é exigente e blablabla. Poderia dar um exemplo? Claro, vamos lá:
Interpretação de Texto
1ª Coisa importante: O texto sempre será cansativo.
Texto 1 – Alterar o ECA independe da situação carcerária
(O Globo, Opinião, 23/06/2015)
Nas unidades de internação de menores infratores reproduzem-se as mesmas mazelas dos presídios para adultos: superpopulação, maus-tratos, desprezo por ações de educação, leniência com iniciativas que visem à correição, falhas graves nos procedimentos de reinclusão social etc. Um levantamento do Conselho Nacional do Ministério Público mostra que, em 17 estados, o número de internos nos centros para jovens delinquentes supera o total de vagas disponíveis; conservação e higiene são peças de ficção em 39% das unidades e, em 70% delas, não se separam os adolescentes pelo porte físico, porta aberta para a violência sexual. Assim como os presídios, os centros não regeneram. Muitos são, de fato, e também a exemplo das carceragens para adultos, locais que pavimentam a entrada de réus primários no mundo da criminalidade. Esta é uma questão que precisa ser tratada no âmbito de uma reforma geral da política penitenciária, aí incluída a melhoria das condições das unidades socioeducativas para os menores de idade. Nunca, no entanto, como argumento para combater a adequação da legislação penal a uma realidade em que a violência juvenil se impõe cada vez mais como ameaça à segurança da sociedade. O raciocínio segundo o qual as más condições dos presídios desaconselham a redução da maioridade penal consagra, mais do que uma impropriedade, uma hipocrisia. Parte de um princípio correto – a necessidade de melhorar o sistema penitenciário do país, uma unanimidade – para uma conclusão que dele se dissocia: seria contraproducente enviar jovens delinquentes, supostamente ainda sem formação criminal consolidada, a presídios onde, ali sim, estariam expostos ao assédio das facções.Falso. A realidade mostra que ações para melhorar as condições de detentos e internos são indistintamente inexistentes. A hipocrisia está em obscurecer que, se o sistema penitenciário tem problemas, a rede de “proteção” ao menor consagrada no Estatuto da Criança e do Adolescente também os tem. E numa dimensão que implica dar anteparo a jovens envolvidos em atos violentos, não raro crimes hediondos, cientes do que estão fazendo e de que, graças a uma legislação paternalista, estão a salvo de serem punidos pelas ações que praticam.Preservar o paternalismo e a esquizofrenia do ECA equivale a ficar paralisado diante de um falso impasse. As condições dos presídios (bem como dos centros de internação) e a violência de jovens delinquentes são questões distintas, e pedem, cada uma em seu âmbito específico, soluções apropriadas. No caso da criminalidade juvenil, o correto é assegurar a redução do limite da inimputabilidade, sem prejuízo de melhorar o sistema penitenciário e a rede de instituições do ECA. Uma ação não invalida a outra. Na verdade, as duas são necessárias e imprescindíveis.
(TCM/2015) Pergunta-se: Na estruturação do texto 1, a função do primeiro parágrafo é:
- a) Mostrar que a situação dos centros de internação de menores é caótica e que, por isso mesmo, não podem receber mais delinquentes;
- b) Indicar uma crítica ao sistema penitenciário que antecipa a rejeição da redução da maioridade penal
- c) Denunciar falhas na rede de instituições do ECA, idênticas às dos adultos, a fim de que se negue força ao argumento de que a situação carcerária desaconselharia a redução da maioridade penal;
- d) Apoiar a ideia de que a redução da maioridade penal não deve fazer com que menores delinquentes sejam internados junto a adultos;
- e) Criticar o desapreço das autoridades diante de problemas carcerários que afetam tanto os menores quanto os adultos
Antes de inflar o peito achando que interpretação de texto é fácil, lembre-se que você está fazendo FGV. E, segundo: A estatística de erro dessa questão foi de 49%.
Resposta: C .
O texto fala que as unidades de internação de menores infratores possuem os mesmos problemas que os presídios, ou seja, ele quer "denunciar falhas na rede de instituições do ECA, idênticas às dos adultos" com objetivo de rebater o argumento que a menoridade não pode ocorrer em razão desse problema nos presídios.
"Assim como os presídios, os centros não regeneram."
"(…)seria contraproducente enviar jovens delinquentes, supostamente ainda sem formação criminal consolidada, a presídios onde, ali sim, estariam expostos ao assédio das facções. Falso. (…)
O raciocínio segundo o qual as más condições dos presídios desaconselham a redução da maioridade penal consagra, mais do que uma impropriedade, uma hipocrisia. O enfoque do texto foi tão somente contra-argumentar e não somente criticar. "Uma ação não invalida a outra. Na verdade, as duas são necessárias e imprescindíveis."
Ah, mas nem achei tão difícil assim. Não? Então vamos a uma questão excelente. É CESPE, mas exemplifica tudo o que a FGV vai pedir que você faça e saiba:
(CESPE/UnB-2008/TSE)
Um cenário polêmico é embasado no desencadeamento de um estrondoso processo de exclusão, diretamente proporcional ao avanço tecnológico, cuja projeção futura indica que a automação do trabalho exigirá cada vez menos trabalhadores implicados tanto na produção propriamente dita quanto no controle da produção. Baseando-se unicamente nessa perspectiva, pode-se supor que a sociedade tecnológica seria caracterizada por um contexto no qual o trabalho passaria a ser uma necessidade exclusiva da classe trabalhadora. O capital, podendo optar por um investimento de porte em automação, em informática e em tecnologia de ponta, cada vez mais barata e acessível, não mais teria seu funcionamento embasado exclusivamente na exploração dos trabalhadores, cada vez mais exigentes quanto ao valor de sua força de trabalho. Embora não se possa falar de supressão do trabalho assalariado, a verdade é que a posição do trabalhador se enfraquece, tendo em vista que o trabalho humano tende a tornar-se cada vez menos necessário para o funcionamento do sistema produtivo.
Pergunta-se:
Mantém-se a noção de voz passiva, assim como a correção gramatical, ao se substituir “seria caracterizada” (linha 6) por “caracterizaria-se”.
Antes de responder, saiba que a questão cobrou: 1. Conhecimento avançado de análise sintática; 2. Função da partícula “SE”; 3. Conhecimento verbal; 4. Voz ativa e passiva; 5. Colocação pronominal. A estatística de erros nessa questão foi de 51%.
Em “(…) a sociedade tecnológica seria caracterizada por um contexto (…)”, temos uma construção de voz passiva, em que:
- a sociedade tecnológica = sujeito
- seria caracterizada = locução verbal de voz passiva
- por um contexto = agente da passiva
Entretanto, ao empregar a partícula apassivadora SE, deverão ser obedecidas as regras de colocação pronominal. A colocação será mesoclítica (pronome no meio do verbo) quando a forma verbal estiver no futuro do presente e no futuro do pretérito (desde que não haja obrigatoriedade de próclise). Sendo assim, a construção correta é “caracterizar-se-ia”.
Gabarito: ERRADO
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Entendeu agora do que estamos falando?
Pode-se concluir, então, que a prova de português da FGV vai exigir que você o seguinte:
- Não se irrite e não se canse com textos chatos; leia a pergunta antes do texto.
- Responda o que está sendo pedido e não crie conclusões a respeito do que leu;
- Saiba muito sobre figuras de linguagem;
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Tenha o
mínimomáximo de noção sobre sinônimos e antônimos (falaremos mais sobre isso em outro momento); - Domine análise sintática (ou seja, tudo).
Esses são os cinco pontos essenciais para que você se saia bem na prova. Seja prudente com os estudos, sempre tendo em mente que essa não é uma prova para aventureiros. Muitas pessoas aguardam essa prova há anos e estão fazendo o máximo possível para gabaritá-la.
[*] Claudia é formada em Marketing e tem especializações em Gestão de Marca. Mora no interior de São Paulo e tem um humilde instagram de estudos. É filha de uma chilena e um ítalo-brasileiro, tem dois irmãos e um coelho. Fala inglês, espanhol, alemão, francês e ensaia uma outra língua. Jurou que não sai do páreo até não ver seu nome na lista. Seu grande sonho é fazer parte da ACNUR"