Quem estuda para o Concurso de Admissão à Carreira Diplomática (CACD) deve saber que estudar geografia urbana é muito importante e o tópico não deve ser negligenciado. Para ajudar os CACDistas, o Clipping preparou um post com os principais pontos do REGIC, o estudo sobre as Regiões de Influência das Cidades.
O que é o REGIC?
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é o responsável pela pesquisa sobre as Regiões de Influência das Cidades (REGIC), que contribui para a compreensão da evolução do fenômeno urbano no país. O último levantamento publicado foi em 2020, utilizando como base os dados de 2018.
O REGIC 2018 é o quinto estudo do instituto, dando continuidade aos levantamentos publicados em 1972, 1987, 2000 e 2008.
Conforme o site do IBGE, o REGIC “define a hierarquia dos centros urbanos brasileiros e delimita as regiões de influência a eles associados, identificando as metrópoles e capitais regionais brasileiras e qual o alcance espacial da influência delas”.
Por meio dos dados, é possível conhecer as dinâmicas entre as cidades devido aos bens, serviços e equipamentos que elas oferecem. Esses dados são importantes nas escolhas locacionais, como a decisão da localização de uma universidade, hospital ou até mesmo uma filial de uma empresa.
Metodologia do REGIC 2018
A edição do REGIC 2018 contou com a estrutura da Rede de Agências do IBGE, percorrendo os municípios de suas áreas de abrangência para realizar entrevistas.
A metodologia aplicada foi a mesma do REGIC anterior, de 2007, mas com melhorias. Foram utilizados três informantes por cidade, sistemas de crítica automatizados embutidos nos dispositivos de coleta, perguntas temáticas e maior quantidade de municípios abrangidos pelo questionário.
A noção de cidade ou de centro urbano utilizada na pesquisa do REGIC 2018 é operacionalizada por meio de duas unidades territoriais: os Municípios e os Arranjos Populacionais.
Segundo a pesquisa “Arranjos Populacionais e Concentrações Urbanas” (2016), os arranjos populacionais são constituídos por agrupamentos de Municípios muito integrados por possuírem deslocamentos frequentes de populações para trabalho e estudo.
A publicação do levantamento é organizada em três seções.
- A rede urbana brasileira: apresenta os resultados finais da pesquisa.
- Notas técnicas: detalha os principais parâmetros teóricos e metodológicos utilizados na pesquisa.
- Resultados intermediários e análises temáticas da rede urbana brasileira: reporta os resultados específicos da gestão do território, analisando diversos temas particulares da rede urbana.
Hierarquia da Rede Urbana
Assim como no levantamento anterior, no REGIC 2018 as cidades foram classificadas em cinco grandes níveis com subdivisões internas. São elas:
Metrópoles
De acordo com o IBGE (2020), as metrópoles são os 15 principais centros urbanos, dos quais todas as cidades do país recebem influência direta.
A região de influência dessas centralidades é ampla e cobre toda extensão territorial do país, e elas se subdividem em três níveis:
A) Grande Metrópole Nacional: isoladamente, o Arranjo Populacional de São Paulo/SP ocupa a posição de maior hierarquia urbana do país, concentrando 21,5 milhões de habitantes em 2018, e 17,7% do PIB Nacional em 2016.
B) Metrópole Nacional: com forte presença nacional temos os Arranjos Populacionais de Brasília/DF e Rio de Janeiro/RJ. Brasília contabilizava, em 2018, 3,9 milhões de habitantes, e o RJ somava 12,7 milhões.
C) Metrópole: os Arranjos Populacionais de Belém/PA, Belo Horizonte/MG, Campinas/SP, Curitiba/PR, Florianópolis/SC, Fortaleza/CE, Goiânia/GO, Porto Alegre/RS, Recife/PE, Salvador/BA, Vitória/ES e o Município de Manaus (AM) são as 12 Cidades identificadas como Metrópoles.
A média populacional das metrópoles, em 2018, é de 3 milhões de habitantes. A mais populosa foi Belo Horizonte (MG), com 5,2 milhões, e as menos populosas foram Florianópolis (SC) e Vitória (ES) com 1 milhão e 1,8 milhão, respectivamente.
A única cidade que não é capital estadual a ser classificada como metrópole foi Campinas (SP).

Capitais Regionais
As capitais regionais são os centros urbanos com alta concentração de atividades de gestão, mas com menor alcance de influência em comparação com as metrópoles.
Ao todo, 97 cidades foram classificadas como capitais regionais em todo o país, com três subdivisões:
A) Capital regional A: composta por 9 cidades, em geral capitais estaduais das Regiões Nordeste e Centro-Oeste. Apresentam contingente populacional próximo entre si variando de 800 mil a 1,4 milhão de habitantes em 2018. Todas se relacionam diretamente a Metrópoles;
B) Capital Regional B: reúne 24 cidades centrais de referência no interior dos Estados, caracterizadas por possuírem, em média, 530 mil habitantes. São numerosas na Região Sul, onde se localizam 10 das 24 Capitais Regionais dessa categoria; e
C) Capital Regional C: possui 64 Cidades, com média de contingência populacional de 300 mil habitantes em 2018, sendo maior na Região Sudeste (360 mil) e menor na Região Sul (200 mil).
Centros Sub-Regionais
Os Centros Sub-Regionais contam com 352 cidades que possuem atividades de gestão menos complexas e com áreas de influência de menor extensão, se comparado com as capitais regionais.
Além disso, também são cidades com menor porte populacional, com média nacional de 85 mil habitantes. Eles são divididos em em dois grupos:
A) Centro Sub-Regional A: composto por 96 cidades com média populacional de 120 mil habitantes;
B) Centro Sub-Regional B: composto por 256 cidades com média populacional de 70 mil habitantes.
Centros de Zona
Os Centros de Zona são caracterizados pelos menores níveis de atividades de gestão. São 398 cidades com uma média populacional de 30 mil habitantes, elas estão subdivididas em dois grupos:
A) Centro de Zona A: formado por 147 cidades com cerca de 40 mil pessoas. Em termos de gestão de território, a maioria foi classificada nos níveis 3 e 4;
B) Centro de Zona B: comporta 251 cidades com porte populacional inferior a 25 mil habitantes. Neste grupo, todas as cidades são classificadas nos níveis 4 e 5 de gestão territorial.
Centros Locais
O último nível hierárquico comporta as cidades que exercem influências restritas aos seus próprios limites territoriais. Os Centros Locais apresentam baixa centralidade em atividades empresariais e de gestão pública.
Eles são a maioria das cidades do país, com total de 4.037 centros urbanos, cerca de 82,4% das unidades que foram analisadas na pesquisa. A média populacional dos centros locais é de 12,5 mil habitantes.
Conclusões
Observando os resultados do REGIC, a maior parte das Metrópoles estão na Região Sudeste, e essa concentração ocorre pela região sediar grande parte das funções de gestão do Brasil.
Enquanto os Centros de Zona e Centros Locais são maiores na Região Nordeste, mostrando o predomínio das relações próximas na organização da rede urbana na região.
É necessário ressaltar que os dados do REGIC são de 2018 e muitos dados mudaram, mas isso não invalida a pesquisa em nenhum aspecto.
Se você quiser mais informações sobre o crescimento da população brasileira e onde ela está alocada, confira aqui o post no blog sobre os primeiros resultados do Censo 2022.
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Referências
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Arranjos Populacionais e Concentrações Urbanas no Brasil. 2. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2016.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Regiões de Influência das Cidades: 2018. Rio de Janeiro: IBGE, 2020.