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Como são as questões do CACD

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Sabe aquela sensação de terra devastada que despenca sobre seus ombros depois que você resolve uma dúzia de questões de TPS antigos e, ao conferir o gabarito, você  percebe que errou pelo menos a metade delas, inclusive aquela questão sobre o Congresso de Viena que você lembra de não só já ter feito como acertado centenas de vezes? #quemnunca!

Realizar questões faz parte das dores e das alegrias daqueles que querem se tornar diplomata. Colocar à prova o conteúdo teórico estudado faz parte da rotina de estudos tanto de quem está começando a estudar para o CACD quanto para quem já está avançado nos estudos.

E é como estudar por meio de questões que falaremos nesse artigo que ficou dividido assim:

O post ficou dividido assim:

  1. Como são as questões para o CACD
  2. Anatomia as questões do CACD
  3. De onde a banca tira as questões
  4. Identificando padrões nas questões
  5. Conclusões

No dia do TPS, aguardam os CACDistas 292 itens e, diante deles, você tem 3 opções: marcar Corretos (C),  Errados (E) ou deixá-los em branco. Em última análise, como você distribui essas 3 opções nesses 292 é o que decide se você passa ou não pela peneira do TPS.

É necessário uma boa dose de maldade para entender: o que a banca está cobrando exatamente em um item; que expressões no enunciado merecem atenção especial; como dividir o enunciado em sub-enunciados para minimizar as chances de se errar um item; até onde ser rigoroso no julgamento de um texto e evitar aquilo de se caçar pelo em ovo, etc.

O objetivo dos capítulos aqui abaixo não é passar técnicas específicas, mas despertar nos candidatos uma reflexão necessária sobre sobre algumas peculiaridades de se estudar por questões para o CACD.

1. Como são as questões para o CACD?

Realização de questões na rotina de estudos

A realização de questões para o CACD obedece a uma lógica um pouco diferente da realização de questões para outros concursos.

Vejamos lado a lado:

Mas, Clipping, em quê as questões do CACD são diferentonas?

Em extensão, em profundidade e em detalhamento as questões do CACD tendem a ser mais complexas do que outras questões do CESPE. Além disso, as questões do CACD costumam cobrar um conhecimento transversal entre diversas disciplinas e uma análise abrangente e mais aprofundada de dados, conceitos, fatos muito bem situados cronologicamente…

O aprofundamento é, de fato, um tempero exótico que encontramos em questões do CACD.  No entanto, as peculiaridades que encontramos variam de disciplina para disciplina.

Por exemplo, em Português, as questões de interpretação de texto são extremamente mais densas, ao passo que as questões de gramática seguem o nível CESPE em geral. Em História do Brasil, as questões destacam-se pelo detalhamento, muitas vezes, pelas notas de rodapé sobre algumas datas e nomes. Já em disciplinas como Direito e Economia, as questões tendem a se alinhar com as demais do padrão cespiano.

Política Internacional também merece um disclaimer à parte. Boa parte das questões de Política Internacional tratam de atualidades e, como consequência, elas “envelhecem” rapidamente, tornam-se datadas, o que levanta a necessidade dos candidatos recorrerem a um banco de questões de atualidades elaborado por especialistas.

Resumo da ópera: questões do CACD tem um estilo próprio.

Por essa e por outras,  há algumas técnicas e cuidados no momento buscar questões do CACD e também no momento de resolver questões do CACD que devem ser levadas em conta pelos candidatos.

Vejamos isso mais de perto…

2. Anatomia das questões do CESPE

Como vimos acima, as questões que caem no TPS (prova objetiva) costumam esmiuçar temas em um nível de detalhes para além do que se observa nas demais questões cespianas.

Dessa maneira, saber “dissecar as questões”, abrindo-as e seccionando em partes menores é altamente recomendável .

Basicamente, se há um só elemento errado na assertiva (uma palavra que seja) esse elemento invalida todo o enunciado.

Ah, Clipping, mas isso é óbvio.

Sim, mas há desdobramentos significativos a partir dessa constatação.

Em se tratado de questões do CACD, boa parte dos candidatos, ao ler o enunciado, estrategicamente o dividem em partes menores, para analisarem cada parte separadamente do todo.

Veja:

Decompondo o enunciado acima, temos, em uma só questão, uma série de sub-enunciados a serem julgados:

  • O Brasil foi um dos primeiros países com os quais a União Europeia (UE) estabeleceu relações diplomáticas;
  • Brasil assinou parceria estratégica com a União Europeia em 2007;
  • O Brasil afirmou-se como um sólido parceiro da UE;
  • O Brasil e a União Europeia tem relações bilaterais formalizadas em um conjunto de acordos;
  • Entre esses acordos bilaterais firmados estão:
    • o Acordo-Quadro de Cooperação CE-Brasil
    • o Acordo-Quadro de Cooperação UE-Mercosul
    • o Acordo de Cooperação Científica e Tecnológica

O retalhamento de um item ajuda a organizar as informações do item, isolando trechos que podem ser julgados C ou E separadamente. Esse necessário exercício de anatomia, embora óbvio para muitos candidatos mais avançados, leva um tempo até ser descoberto por candidatos iniciantes ou intermediários.

3. De onde a banca tira as questões?

Uma parte importante para responder uma perguntar que muitos candidatos, sobretudo iniciantes, possam vir a ter:

Mas, Clipping, isso é loucura: eu vou dar conta de saber tantos detalhes sobre as relações Brasil-UE.? 

Vai sim! É importante saber que a banca do CESPE, ao elaborar questões longas,  com vários sub-enunciados,  recorre a fontes específicas. Há uma predileção da banca por certas fontes e autores no momento de formulação das questões e não há muitos pudores por parte da banca em fazer um copiar e colar dessas fontes, sobretudo para a prova de Política Internacional.

A notícia boa é que, embora o conteúdo seja extenso, é perfeitamente possível cercar com pragmatismo os temas que serão cobrados na prova objetiva, sobretudo em disciplinas como Política Internacional.

Obviamente, nem todo item será tão copiar e colar como o exemplo acima. Ainda assim, mesmo os itens que parecem mais aprofundados podem e devem, sim, ser antecipados em alguma medida.

politica-internacional-cacd-caiu-no-cacd-saiu-no-clippingA banca não tira questões do vazio existencial…

Por mais que, como toda a comunidade CACDística, amemos odiar a banca, não é justo dizer que temos uma banca arbitrária que cobra conteúdos arbitrariamente. O Clipping não tem bola de cristal. No entanto, isso não quer dizer que devamos nos furtar ao trabalho meticuloso de mapear de forma mais abrangente todos os tópicos cobrados no Edital com base na análise de como a banca vem cobrando os temas em provas anteriores.

Outra questão interessante na nossa análise nesse post é a questão da identificação de certos padrões no enunciado das questões.

4. Identificando padrões

Pattern recognition é fundamental…

Certas expressões que aparecem nos enunciados devem fazer subir uma bandeira vermelha para os candidatos. São as famigeradas “red flags“, expressões que dão subsídios fundamentais para o candidato fazer aquele “educated guess“, vulgo chute consciente.

Ah, Clipping, você está defendendo que devemos chutar?

Veja… Raríssimas são as questões que os candidatos identificam com  absoluta certeza ser C ou E. A ambiguidade é onipresente no TPS. A maior parte das questões do TPS situam-se nessa zona cinzenta entre o C e o E (“D zone”). Muitas vezes, candidatos marcam C ou E pela probabilidade de o item ser certo ou errado, e a linguagem com que o item foi redigido pode fazer o julgamento deslocar para a direita.

Vejamos algumas delas em exemplos concretos…

4.1 Expressões que aumentam o escopo do enunciado

É comum vermos expressões como

  • “um(a) do(a)s”.
  • “entre as quais”

Essas expressões são “red flags” importantes.

São expressões que a banca usa para ampliar o escopo de interpretação do enunciado, tornando uma afirmação mais genérica do que específica. Dessa forma, estamos diante de uma questão que, caso do enunciado não brote um erro prontamente identificável, é provável que o item tenha mais chances de ser correto do que errado.

No último CACD (2018) em 15 ocorrências da expressão “um dos”,  14 tiveram como gabarito C:

Vejamos outro exemplos de expressões consideradas “red flags” que em sentido contrário…

4.2 Expressões que restringem o escopo do enunciado

Se por um lado há expressões “red flags” que tendem a ampliar o escopo do enunciado. Por outro lado,  há “red flags” que, como a expressão “exclusivamente”, tendem a restringir bastante a interpretação do enunciado, tornando-o mais menos genérico e mais específico.

Nesses casos, expressões como “exclusivamente” tendem a fazer o enunciado pesar mais para o E do que para o C.

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Ah, Clipping, então sempre que tiver “um dos” posso marcar C; sempre que tiver “exclusivamente” posso marcar E?

Claro que não. Não estamos dizendo isso… O que estamos demonstrando é que essas são expressões que se repetem com frequência e, de forma geral, dão subsídios oportunos para o candidato dar seu veredito mais salomonicamente se o item é C ou E.

É preciso estar consciente das nuances de linguagem utilizada pela banca para construir os enunciados e gerar deliberadamente ambiguidades.

Vejamos uma terceira categoria de “red flags“.

4.3 Expressões com sentido técnico.

Há terceira categoria de “red flags” que não  são expressões que ampliam nem que restringem o escopo do enunciado, mas que são expressões usadas pela banca com uma acepção técnica em certas disciplinas.

Explicando melhor…

4.3.1 Em Português…

No caso das questões de interpretação de texto tanto em  Português quanto em Inglês, é completamente diferente dizer em um comando de questão:

  • Depreende-se das ideias contidas no texto (It can be inferred from the text);
  • De acordo com o texto (According to the text);

Essas são expressões pedem abordagens completamente distintas do candidato para analisar o que o item.

4.3.2 Em Política Internacional…

Em se tratando de Política Internacional, a banca joga muito com termos relacionados a “prioridade”:

  • “Brasil prioriza as relações com…”
  • “É prioridade para o Política Externa Brasileira”, etc.

Esses termos merecem cuidado redobrado.

Quando o Itamaraty diz que algo é “prioridade” para o governo brasileiro ele really means it.

O que é prioridade para o Itamaraty está claramente delineado como tal nos Discursos e notas oficiais.

“Prioridade” não é apenas uma palavra ao vento. E a banca está ligada nisso.

4.3.3 Em História Mundial…

Caso clássico de pegadinha feita feita com termos de sentido técnico é a exploração dos termos “estabilidade” e “equilíbrio” nas questões sobre o Congresso de Viena.

Vejamos:

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Em se tratando do CACD, o CESPE vem exigindo do candidato o conhecimento do Cap. 2 do História das Relações Internacionais Contemporâneas, do Sombra Saraiva, com o rigor teórico em que o texto foi escrito. Há uma distinção importante entre o conceito de equilíbrio e estabilidade no que se refere a Congresso de

Viena: equilíbrio é uma coisa, estabilidade é outra.

Nem todos os termos que parecidos são intercambiáveis.

5. Conclusões

Vimos nesse post o quanto as questões do CACD são peculiares.

Encerrando esse tópico com o reforço de um disclaimer importante…

Nada substitui a análise crítica dos itens como um todo.  As “red flags” sobre as quais

falamos  funcionam apenas para guiar o candidato na interpretação dos itens (o que não é pouca coisa). Isso não significa em hipótese alguma que você vai deixar de estudar o conteúdo e confiar no julgamento cego da linguagem do item.

Por outro lado, é preciso, sim, estar consciente das nuances de linguagem utilizadas pela banca para construir os enunciados e gerar deliberadamente ambiguidades.

Por favor, juízo no momento de aplicar (ou não aplicar) qualquer uma das técnicas acima, ok?

Tem alguma dica sobre questões para compartilhar sobre questões do CACD?

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