Amigos do Clipping, tem alguém que cursa quer cursar ou já cursou RI aí? Hoje convidamos a Ana, do canal RelHelp, é de Brasília e está em vias de concluir seu curso de Relação Internacionais. O Clipping a convidou para falar um pouco sobre como o curso de Relações Internacionais mudou a vida. O resultado é um contéudo leve, bem humarado mas esclarecedor sobre como a escolha de um curso superior é muita escolha que molda nossa personalidade e nossos caminhos de formas inesperadas. Se curtir, compartilhe com alguém que está nesse dilema sobre fazer ou não fazer RI.
Nesse post temos:
Confira e compartilhe (se tiver curtido)
1. Vídeo da Ana, do canal RelHelp
2. Como RI mudou minha vida?
Ana Carolina, @Rel_Help
Meu nome é Ana Carolina e estou no oitavo semestre de Relações Internacionais na Universidade Católica de Brasília. Ao invés de contar minha história com o curso, prefiro começar do final. Na maioria das vezes temos a intenção de fazer uma universidade para adquirir mais conhecimento ou até mesmo pensando nas possibilidades do mercado de trabalho. Embora os objetivos mais claros sejam específicos, aprendemos muito mais na universidade do que imaginamos.
Ver o mundo com outros olhos
Já imaginou viver em um quadrado que você só tem a visão que está a sua frente sem conseguir observar o tamanho do mundo ao seu redor? Comecei a universidade em 2014, foi o primeiro passo para quebrar as paredes que me limitavam. As aulas foram passando e o meu caderno tinha mais anotações de dúvidas do que de respostas. Não conseguia entender onde eu estava por nunca ter ouvido falar de alguns assuntos, tudo o que precisamos saber não está no jornal da noite? Os semestres foram passando e na metade do curso parei pra pensar no novo lugar em que eu estava inserida. Principalmente graças à quantidade de leituras na graduação, não existiam paredes e nem limitações, a visão era tão panorâmica que se tornava impossível fixar o olhar em apenas um lugar. Embora minha mente tenha derrubado as barreiras, confesso que tive uma ajudinha do curso por proporcionar uma visão multidisciplinar sobre tantos assuntos.
O mundo é realmente grande. E acabar com os bloqueios é o primeiro degrau da escada para descobrir que o mundo é mais do que uma volta em 360 graus. Melhor ainda é perceber que o político ou o econômico não são as únicas lentes usadas para enxergar o mundo, como já dizia meu autor favorito, Thomas Friedman. Sigo subindo a escada para tentar enxergar cada vez melhor o nosso mundo, seja para mudá-lo ou para ser modificada por ele. A caminhada em busca do diploma é longa e o meu refúgio para recarregar as energias sempre esteve na internet. Desde 2011 tenho um blog de maquiagem que tem transformado minhas horas vagas em um trabalho feito por amor. Entre tutoriais de maquiagem e dicas para cabelo, recebi um email em 2014 de uma menina que perguntava sobre como era a minha experiência no curso de Relações Internacionais. No primeiro momento fiquei receosa em falar sobre o tema para um público que não tinha sede de conteúdo em específico. Até que no dia 23 de setembro de 2014 publiquei um vídeo no meu canal sobre como estava sendo o meu primeiro ano de graduação.
O tempo foi passando e aquele único email que recebi, se transformou em dezenas de comentários no vídeo. Resolvi continuar. Esporadicamente postava sobre o assunto no canal e com o tempo esse peça foi se encaixando em várias outras que fortaleceram o blog. Surreal mesmo foi quebrar mais essa parede e perceber que o universo de Relações Internacionais está bem além da sala de aula. Os muros caíram e surgiu a ideia de ter um espaço apenas para discutir sobre isso. Foi então que, em novembro de 2016, o Rel Help Internacional nasceu. Um canal no YouTube para falar do curso e da vida de estudante, a minha mais nova fonte de energia.
O começo foi complicado, toda semana ficava ansiosa pensando se teria mesmo tanto assunto para discutir. As coisas foram tomando seus lugares e seguimos o ritmo com vídeo novo toda quinta-feira. A ficha caiu quando participei do ENERI (Encontro Nacional de Estudantes de Relações Internacionais) e saí de lá com muito mais amigos do que entrei. O mundo é mesmo muito grande!
Com o intuito de compartilhar cada vez mais informações, estipulei o dobro de metas que tinha anteriormente em relação à leitura. Eu queria que existisse um espaço cada vez mais dinâmico para discutir assuntos da área. Esse diálogo também gera conhecimento! Se o curso me possibilitou sair do quadrado, por que não usar a internet para criarmos uma rede cada vez mais integrada e motivada para acabar com outros limites?
Quem define o limite de até onde pode ir, é você.
Eu nunca tinha parado pra pensar nos ganhos extras que a graduação me proporcionou até ter que escrever esse post. O tempo tem sido um bom remédio tranquilizante para essa reta final. Mesmo assim, em todo esse processo percebi que a insegurança nunca foi embora, o que mudou a intensidade com que ela se fez presente, foi o modo como busquei pelas respostas que queria. Na verdade, agora as dúvidas de calouro se tornaram questionamentos de veterano. O que quero dizer é que os ganhos e as perdas durante o curso provaram que eu sou capaz. Capaz de batalhar pelo que quero, de ir além da vergonha pra expressar minha opinião, de colocar planos no papel e encarar as recompensas da caminhada como objetivos reais, e não sonhos abstratos. A realização de grandes projetos exige grandes esforços, o retorno não vem se não há iniciativa.
Sigo buscando minhas respostas e encontrando cada vez mais perguntas, a diferença é que agora estou ciente de onde posso chegar e dos obstáculos na trajetória. O medo continua aqui, mas dessa vez junto com a força de vontade de aproveitar cada dia para procurar ser alguém melhor do que ontem. Não sei do futuro, mas sinto que ele está entrelaçado com Relações Internacionais de alguma maneira. A história ainda não acabou. Acredito que o desfecho da graduação com a apresentação da monografia em dezembro deste ano, seja apenas o começo da jornada que me espera.
Minha realização anda de mãos dadas com esse curso e hoje agradeço pelos presentes que ele me deu. Com tantas escolhas para fazer, nunca esqueça que o importante é buscar pelo que te fortalece e aproveitar os ganhos um dia sim, e ou outro também.
*Ana Carolina é estudante de RI e tem um canal no Youtube em que conta as dores e as alegrias de cursas RI