Apesar de as carreiras de diplomata e a de Oficial de Chancelaria serem bastante distintas entre si, é inegável que elas são indissociáveis. Essas duas profissões do serviço exterior brasileiro já andaram de mãos dadas e já foram representadas por grandes nomes da história do Brasil.
Nesse texto, o Clipping homenageia Aracy de Carvalho, o “Anjo de Hamburgo”. Relacionando essa importante figura histórica com o cargo de Oficial de Chancelaria, pretendemos levar aos seus estudos para o concurso de Ofchan uma perspectiva humana dessa profissão e como ela já foi (e ainda pode ser) usada para salvar vidas e mudar o mundo.
Quem foi Aracy de Carvalho?
Aracy de Carvalho Guimarães Rosa nasceu em 1908 em Rio Negro (PR). No início da década de 1930, casou-se com o alemão Johann Eduard Ludwig Tess, mas logo depois se separou. A reprovação social em relação às mulheres separadas no país fez com que Aracy deixasse o Brasil e mudasse para a Alemanha. Lá, por falar fluentemente alemão, inglês e francês, ingressou no Consulado Brasileiro em Hamburgo, onde passou a ser chefe da Seção de Passaportes.
Na mesma época, Aracy conheceu João Guimarães Rosa, que trabalhava como cônsul adjunto na Alemanha. Mesmo já sendo um dos maiores nomes da literatura brasileira na época, é inegável que Aracy influenciou diversas obras de Rosa.
Qual a importância de Aracy de Carvalho?
Em 1938, durante a ditadura do Estado Novo, vigorava uma lei no Brasil que restringia o ingresso de judeus no país. Aracy, então, misturava os vistos com demais documentos para as assinaturas, possibilitando a aprovação do ingresso de diversos judeus. Filha de alemã sem ancestralidade judaica, Aracy estava a salvo das leis que passaram a impor severas restrições à existência dos judeus alemães.
O diplomata potiguar João Almino, em seu livro “Entre facas, algodão” (2017), escreve sobre a importância de Aracy no trabalho de salvar inúmeras vidas:
“É reconhecido hoje amplamente que sua mulher, Aracy, com seu conhecimento e autorização, ajudou a salvar muitos judeus que fugiam do nazismo para se abrigarem no Brasil”.
Em uma entrevista ao Jornal do Brasil em 1983, Aracy ainda revela a magnitude do seu compromisso ao apontar que o próprio João Guimarães Rosa hesitava mais do que ela: “Nunca tive medo. Quem tinha era o Joãozinho. Ele dizia que eu exagerava, mas não se metia”.
O Legado de Aracy de Carvalho
Aracy é a única mulher brasileira a ter seu nome escrito no Jardim dos Justos entre as Nações, no Museu do Holocausto, em Israel.
Em 2012, criou-se um projeto de lei para inscrever o nome de Aracy de Carvalho Guimarães Rosa no “Livro dos Heróis da Pátria”, depositado no Panteão da Liberdade e da Democracia, em Brasília. O nome de Aracy, no entanto, ainda consta na fila de espera para ingressar na lista.
Mônica Schpun, no livro “Aracy de Carvalho e o resgate de judeus: trocando a Alemanha nazista pelo Brasil” (2011), responde a algumas questões importantes sobre a documentação da época. Schpun afirma que documentos do consulado de Hamburgo foram destruídos por Rosa, já então cônsul, e Aracy depois do rompimento de relações diplomáticas entre Brasil e Alemanha, em janeiro de 1942.
Aracy de Carvalho: Ofchan?
De acordo com o Itamaraty, o Oficial de Chancelaria é um servidor com formação superior que presta atividades de formulação, implementação e execução dos atos de análise técnica e gestão administrativa, necessários ao desenvolvimento da política externa brasileira.
Mesmo que não desempenhasse na época o cargo exato de “Oficial de Chancelaria”, Aracy punha em prática atividades atualmente desempenhadas por esses servidores públicos. Embora seja um cargo afeto a atribuições administrativas e bastante paperwork, a rotina de um Ofchan está naturalmente vinculada à vida de todos os nacionais brasileiros.
É na assistência consular, área de atuação das mais conhecidas que são desempenhadas pelos Oficiais de Chancelaria, que eles contribuem com uma ampla gama de serviços públicos para a comunidade de brasileiros residentes no exterior.
A lista de nomes das pessoas que foram salvas por Aracy é mais um exemplo de como o serviço exterior brasileiro pode ser visto para além da burocracia e papelada: é também uma forma de fazer da profissão uma ferramenta para mudar e salvar vidas.
E você? Já está preparado para desempenhar o papel nobre e transformador como Oficial de Chancelaria do Ministério das Relações Exteriores? O Clipping está aqui para andar de mãos dadas com você nessa jornada.
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