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O que é ESG?

O ESG tem ganhado grande visibilidade nos últimos anos devido à preocupação crescente do mercado financeiro internacional com a sustentabilidade. Questões ambientais passaram a ser cada vez mais importantes nas análises de riscos e nas decisões de investimentos. 

Inicialmente, as boas práticas do ESG atingiram a Europa e os Estados Unidos, de modo que, aos poucos, passaram a causar reflexos também no mercado brasileiro. De acordo com levantamento do Google Trends feito a pedido do portal Valor Econômico (O Globo), no Brasil, o interesse de busca pelo termo ESG praticamente triplicou de 2021 para 2022. 

Dados da Diretora ESG da XP, Marta Pinheiro, no Valor Econômico (Farias; Barreiros, 2020), apontam que os investimentos responsáveis pautados em ESG já ultrapassam US$ 31 trilhões, o que é equivalente a 36% do total dos ativos sob gestão no mundo. No Brasil, os investimentos também estão crescendo. Nessa nova conjuntura, considera-se o ESG o novo paradigma de negócios prevalecente no mercado. Por isso, conhecer melhor o ESG pode ser um fator-chave para que profissionais que estão no início da carreira aumentem as chances no mercado de trabalho.

Pensando nisso, preparamos este post para explicar o que é ESG, como este conceito surgiu, qual a sua importância para as empresas, e qual a sua ligação com as Relações Internacionais. Confira abaixo.

O que significa ESG?

ESG é uma sigla em inglês que significa “Environmental (Ambiental), Social (Social) and Governance (Governança)”. No Brasil, este termo também é conhecido como ASG. 

  • Ambiental: diz respeito às práticas da empresa voltadas ao meio ambiente, como redução na emissão de gases poluentes, poluição de água e desmatamento; boa prática na gestão de resíduos; busca por alternativas sustentáveis; entre outros.
  • Social: refere-se à responsabilidade social e aos impactos das entidades nas comunidades e na sociedade. Ou seja, esta área trata de temas como a adoção correta, por parte das empresas, de direitos humanos e leis trabalhistas; valorização à saúde e à segurança do trabalho; apoio à diversidade de gênero, raça, etnia, crença; proteção de dados; atuação junto às comunidades locais; entre outros.
  • Governança: esta última parte da sigla se refere às políticas, processos, estratégias e orientações de administração das empresas. Nesse sentido, as entidades adotam polítcas que valorizam: práticas anticorrupção; conduta corporativa; transparência de dados; canais de denúncia para casos de discriminação, assédio ou corrupção; entre outros.

De acordo com a Rede Brasil do Pacto Global (2024), o termo “ESG” foi usado pela primeira vez em 2004 em uma publicação do Pacto Global em parceria com o Banco Mundial, chamada Who Cares Wins (Ganha quem se importa). A origem do termo remonta a um desafio proposto pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, a 50 CEOs de grandes instituições financeiras para instigá-los a explorar a incorporação de fatores sociais, ambientais e de governança no mercado de capitais. Simultaneamente, durante esse período, a Iniciativa Financeira do PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) lançou o relatório Freshfield, evidenciando a importância da integração de elementos ESG na avaliação financeira das corporações.

Como surgiu a prática do ESG?

De maneira geral, o ESG trata sobre responsabilidade social corporativa (RSC), que foi um fenômeno que emergiu na década de 1970 e tentava integrar aspectos como valor, equilíbrio e responsabilidade sociais nos investimentos e práticas das corporações. Ou seja, o valor estaria ligado aos benefícios ofertados pelas grandes empresas à sociedade; o equilíbrio seria atrelado tanto às empresas quanto aos consumidores; e a responsabilidade seria representada na prestação pública de contas.

Houve uma grande diversidade de pensamentos e opiniões sobre o tema da RSC, desde suas funções até o seu desempenho real. Entretanto, mesmo com as discussões sobre o tema, Farias e Barreiros (2020) afirmam que a RSC se mostrou aplicável nas empresas quase que apenas na forma de discurso, sem impactos efetivos no comportamento social corporativo. Além disso, o avanço do debate de RSC até o investimento ESG passou por várias etapas.

Ambrozio et al. (2020) ressaltam que os primeiros “investimentos éticos” restringiam apoio a alguns tipos de negócios, como de produção de bebidas alcoólicas, tabaco, jogos de azar e outros, seja por motivações morais ou religiosas. Com o passar do tempo, os investimentos também passaram a valorizar a ação social das empresas em comunidades locais; depois a responsabilidade social dos entes privados; as práticas de sustentabilidade nas empresas; e, então, as corporações que focam no valor compartilhado. E, por fim, surgiu o conceito de ESG, que incorporou os critérios de governança à visão atual sobre RSC.

Vantagens

Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), o ESG não é só um diferencial competitivo que atrai consumidores, clientes e investidores para as empresas, como também favorece possibilidades de negócio e melhorias nos processos e na reputação. Por exemplo, empresas que praticam ESG correm menores riscos de enfrentar problemas jurídicos, trabalhistas ou fraudes. Também recebem uma melhoria na imagem e fidelizam clientes que valorizam produtos e serviços sustentáveis. Outra vantagem é o acesso às linhas de crédito verde e emissão de greenbonds (títulos de dívida para projetos que promovam impactos positivos no meio ambiente).

Ainda, de acordo com o Climate Change and Sustainability Services, da Ernst & Young (apud Pacto Global, 2024), as informações ESG têm desempenhado um papel crucial nas decisões dos investidores. Isso ocorre pois os critérios ESG estão intimamente vinculados aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), refletindo-se integralmente nas discussões do mercado de capitais. No cenário brasileiro, considera-se a conexão entre os ODS e as atividades empresariais evidente nas grandes corporações. Conforme pesquisa conduzida junto às empresas integrantes do Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3 (ISE), constatou-se que 83% delas incorporam os ODS em seus processos, estratégias, metas e resultados.

ESG e Relações Internacionais

Nos últimos anos, o ESG tem ganhado cada vez mais espaço e importância na área das Relações Internacionais, justamente pela sua diversidade e transversalidade de temas. 

Primeiro, o ESG está atrelado às preocupações internacionais dos regimes de meio ambiente, dos direitos humanos e da governança. Segundo, muitos governos e organizações internacionais estão diretamente envolvidos no desenvolvimento de políticas e acordos internacionais para a normatização das práticas, classificações e processos do ESG. Dessa forma, a presença de um profissional em Relações Internacionais que tenha um conhecimento aprofundado sobre o tema se torna crucial para a disseminação correta dos critérios ESG, independentemente do nível de operação.

Como aprender mais sobre ESG?

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Referências

AMBROZIO, Marcos Antônio; et. al. A Difusão da Agenda ESG no Mundo e no Brasil. Blog do Desenvolvimento: Agência BNDES de Notícias, 23 out. 2020. Disponível em: https://agenciadenoticias.bndes.gov.br/blogdodesenvolvimento/detalhe/A-difusao-da-agenda-ESG-no-mundo-e-no-Brasil/. Acesso em: 29 jan. 2024.

BERTÃO, Naiara; VALOR Econômico; O Globo. Entenda o que é ESG e por que a sigla é importante para as empresas. São Paulo: Valor Econômico, 21 fev. 2022. Disponível em: https://valor.globo.com/empresas/esg/noticia/2022/02/21/entenda-o-que-e-esg-e-por-que-a-sigla-esta-em-alta-nas-empresas.ghtml. Acesso em: 29 jan. 2024.

FARIAS, Aline Januário; BARREIROS, Nicoly. Análise da ASG (ambiental, social e global) no mercado brasileiro e internacional. Revista de Direito Internacional e Globalização Econômica, v.7, n.7, 2020. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/DIGE/article/view/54931/pdf. Acesso em: 29 jan. 2024.

PACTO GLOBAL. ESG: entenda o significado da sigla ESG (Ambiental, Social e Governança) e saiba como inserir esses princípios no dia a dia de sua empresa. Pacto Global, 2024. Disponível em: https://www.pactoglobal.org.br/esg/. Acesso em: 29 jan. 2024.SEBRAE. Entenda o que são as práticas de ESG. Inovação & Sustentabilidade, SEBRAE, 02 ago. 2022. Disponível em: https://sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/entenda-o-que-sao-as-praticas-de-esg,66c7e3ac39f52810VgnVCM100000d701210aRCRD. Acesso em: 29 jan. 2024.

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