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Como foi a Terceira Fase do CACD 2023?

Este post está sendo atualizado em tempo real!

Neste post, você vai conferir tudo o que rolou nas provas discursivas da terceira fase do CACD 2023. Dos 7.901 CACDistas inscritos no CACD 2023, restaram 426 realizando as provas de Terceira Fase nos dias 27, 28 e 29 de outubro. Enquanto o IADES não libera os cadernos de provas, compilamos as questões da prova de terceira fase do CACD 2023 com algumas impressões iniciais.

  1. História do Brasil
  2. Geografia
  3. Política Internacional
  4. Economia
  5. Direito
  6. Espanhol e Francês

O objetivo não é o de esgotar as discussões sobre as questões, mas fazer circular entre a comunidade algumas impressões iniciais sobre os temas cobrados. Vamos lá?

História do Brasil

A prova de História do Brasil trouxe uma situação parecida com a da prova do ano anterior: a repetição de tópicos. Ainda que o recorte tenha sido distinto, tivemos duas questões envolvendo o processo de independência brasileiro. Muitos candidatos devem ter pensado: irei escrever as mesmas informações em duas questões? A resposta é sim e não. Como o professor João Daniel falará abaixo, as questões tiveram ênfases distintas.

Além dessas questões envolvendo o processo de independência, tivemos uma questão sobre o primeiro governo de Getúlio Vargas (1930-1945), vista por muitos candidatos como desafiadora (como colocar tantas informações em 90 linhas?!), e outra questão sobre o processo de redemocratização brasileiro, um assunto que não vinha sendo cobrado há um tempo.

O que o nosso professor disse?

Segundo o professor João Daniel, a prova da terceira fase de História do Brasil cobrou temas clássicos. Duas questões versavam sobre o mesmo período histórico – o longo processo de independência brasileiro–, uma com foco no Período Joanino e outra com foco no Primeiro Reinado, ambos temas cobrados com frequência.  

De acordo com o professor, por ser a primeira prova aplicada na terceira fase e, dado o número de candidatos que chegou pela primeira vez nessa etapa, o nervosismo e a ansiedade foram inimigos bem maiores do que o conteúdo solicitado pela banca. Somado a isso, outra grande dificuldade foi a organização do conteúdo no exíguo espaço disponível

Os candidatos bem preparados poderiam certamente escrever bem mais do que sessenta ou noventa linhas sobre a Era Vargas, a Abertura política brasileira ou o Processo de Independência. Como fazer caber tudo? Esse foi o grande dilema. Em relação à Era Vargas havia o indicativo do foco em economia e PEB (Rodrigo Medina Zagni de novo?), mas nas demais questões a amplitude era bem maior. Provavelmente irá muito bem quem discutiu o papel das Províncias do Norte e da Amazônia, bem como o papel dos indígenas e escravizados nas guerras de independência (tema de livro organizado em 2022 por José Inaldo Chaves, membro da banca do ano passado: “Várias faces da Independência do Brasil” e recomendado aos alunos do Clipping CACD na preparação para a terceira fase, bem como suas participações em podcasts). 

É razoável supor que, a depender do rigor da correção, as notas serão relativamente altas, e entre os cem ou duzentos mais bem colocados, pouquíssima diferenciação em HB como, aliás, já se viu na segunda fase. 

Vamos, agora às questões de História.

Questão 1 de História

Questão 2 de História

Questão 3 de História

Questão 4 de História do Brasil

Geografia

A prova de Geografia, em sua maior parte, cobrou temas tradicionais.

Tivemos duas questões sobre Geografia Urbana, sendo uma, complexa, sobre redes urbanas, que exigia certa familiaridade e um conhecimento mais aprofundado sobre o tema, como evidencia o tópico sobre a “natureza dialética da rede urbana como realidade espacial”, e outra com abordagem mais tradicional, associando demografia e urbanização brasileira. Tivemos também uma questão transversal sobre a crise da água, envolvendo a distribuição do recurso no planeta e no Brasil e a ordem ambiental internacional; e uma última questão sobre um tema que vem sendo cada vez mais cobrado: a Geografia Física do Brasil.

Para muitos, essa última questão sobre domínios foi desafiadora devido à sua extensão, pois exigia muitas informações para um espaço de 40 linhas. (Será que teremos um novo caso de questão cujo padrão de resposta é muito superior ao limite de linhas?)

O que nosso professor disse?

Vamos conferir o que o professor de João Felipe disse sobre a prova?

“A questão número 1 foi sobre urbanização, mais especificamente sobre a formação da rede urbana brasileira. O tema era esperado e um dos favoritos da ciência geográficas, mas a pergunta tem umas demandas teóricas mais específicas que devem ter causado dificuldade aos cacdistas.”

“A questão 2 tratou do tema Hidrogeopolítica, um tema também bem conhecido no concurso. A 3, usou os dados do Censo para uma questão sobre evolução da população brasileira, mas também sobre a questão urbana, pois tratou da redução da população de algumas metrópoles, como já tinha feito no TPS.”

“Os candidatos devem ter achado a 4 a mais difícil delas porque é uma questão de geografia física, assunto muitas vezes negligenciado pelos candidatos. Para piorar, era uma questão sobre domínios morfoclimáticos e os candidatos, em geral, têm conhecimento mais sólido em biomas. Além disso, as 40 linhas eram claramente insuficientes para analisar 6 domínios, as faixas de transição e a situação de degradação de cada um deles. A média tende a ser baixa nessa aí e quem não treinou bastante respostas de 40 linhas com muitas demandas deve sofrer ainda mais.”

Questão 1 de Geografia

Questão 2 de Geografia

Questão 3 de Geografia

Questão 4 de Geografia

Política Internacional

No geral, a prova de Política Internacional deste ano foi uma prova de nível intermediário a avançado. Com certeza será uma das provas que fará diferença na nota dos candidatos aprovados.

O examinador optou por cobrar um tema “esperado”, mas não “tradicional”, que foi a questão sobre a “Agenda sobre Mulheres, Paz e Segurança”. A questão relacionou os tópicos “Direitos humanos e políticas de identidade”, já cobrado na primeira fase, e “Operações de paz das Nações Unidas”, cobrado em 2022.

Para quem está atento ao Clipping de notícias, o tema foi abordado na sexta-feira (26/10/2023), um dia antes da prova! Pense em coincidência? (link do Clipping de Notícias)

Outra questão cobrou a política no Círculo Polar Ártico. Esse tema foi pouco óbvio, já que a maior parte dos candidatos aprofunda os estudos sobre a Antártica e não sobre o Ártico. Muitos candidatos ficaram surpresos também com a extensão exigida, de 90 linhas. Uma solução seria abordar o assunto pelo viés geopolítico, utilizando Mackinder, Spykman ou outro teórico.

A questão sobre a segurança cibernética envolveu um tema atual, mas pouco exigido na terceira fase. Alguns tópicos eram mais tranquilos de serem desenvolvidos, como a posição brasileira sobre a governança global da internet. Outros, exigiam um estudo mais aprofundado, como o tópico sobre as ações diplomáticas na E-Ciber.


A questão sobre as relações entre o Irã e os Estados Unidos, com ênfase na questão nuclear, trouxe um tema “clássico”, que permanece muito em alta na política internacional. Muitos candidatos optaram por fazer um breve recorte histórico, desde a revolução iraniana, chegando às negociações do JCPOA e às tensões dos últimos anos. Era muita informação para apenas 60 linhas.

Questão 1 de Política Internacional

Questão 2 de PI

Questão 3 de PI

Questão 4 de PI

Economia

A prova de economia deste ano foi bem equilibrada e confirmou a tendência da banca em cobrar menos Macroeconomia. Tivemos duas questões de Micro: a primeira relacionava produção e elasticidade-preço da oferta no curto e no longo prazo; a segunda perguntava sobre o equilíbrio no mercado de concorrência perfeita e políticas de preços mínimos e máximos. A questão sobre a elasticidade-preço da oferta no curto e no longo prazo pode ter trazido mais dificuldades para o CACDista que conhece o tema de forma superficial. Já a questão sobre políticas de preços foi tranquila.

Em economia brasileira, o examinador optou por cobrar um tema clássico, de certa forma “manjado” no CACD. O candidato que achou improvável voltar a cair o PAEG deve ter se arrependido de não ter priorizado o tema nas revisões, já que os quesitos foram relativamente simples.

Por fim, tivemos uma questão sobre internacionalização da economia e suas vertentes: comércio internacional, terceirização e IED. Em si, o tema não foi uma surpresa, tampouco um super desafio. A surpresa pode estar no futuro padrão, que pode tanto envolver uma reflexão sobre a internacionalização em um mundo de crises (a Covid-19 e guerra da Ucrânia foram citadas explicitamente), quanto a cobrança de informações mais teóricas.

Questão 1 de Economia

Questão 2 de Economia

Questão 3 de Economia

Questão 4 de Economia

Direito

De certa forma, não foi uma surpresa não ter nenhum item de Direito Interno. Assim como na prova de 2022, a banca de terceira fase optou por focar em Direito Internacional Público. A surpresa (ou para alguns talvez algo previsível) ficou por conta da cobrança de temas repetidos: Direito Internacional Humanitário e Tribunal Penal Internacional.

No geral, a prova não foi complicada. Ela focou em um conhecimento mais “feijão com arroz” dos candidatos, o que pode resultar em notas mais uniformes (a não ser que os quesitos sejam muito “mirabolantes”).

Tivemos uma questão sobre tratados, que é um tema manjado no CACD e que a maior parte dos candidatos domina; uma questão relacionando o Direito Internacional dos Direitos Humanos com o Direito Humanitário e o Direito Internacional dos Refugiados, em que parte da resposta poderia ser encontrada nos excertos motivadores; outra questão sobre o Sistema Interamericano de Direitos Humanos, que não cobrava nenhum conhecimento além do arroz e feijão; e uma última questão sobre o TPI, também cobrando um conhecimento básico.

Questão 1 de Direito

Questão 2 de Direito

Questão 3 de Direito

Questão 4 de Direito

Francês

As provas de línguas deste ano confirmaram a tendência da banca de cobrar textos cada vez mais extensos e com um vocabulário diversificado.

Em francês, o resumo trouxe um texto, de autoria do professor de transformação digital na Université Paris Dauphine, Henri Isaac, sobre plataformas digitais e sua relação com o Estado. Para o candidato que acompanha os textos selecionados pelo Clipping CACD, o vocabulário foi familiar.

Já a versão trouxe um breve relato de Raul da Silva Paranhos, filho do Barão do Rio Branco, contido no livro Reminiscências do Barão do Rio Branco por seu filho, o Embaixador Raul do Rio Branco”, publicado pela FUNAG em 2023.

O que a nossa professora disse?

A professora de Língua Francesa Gilda Gama tem alguns comentários interessantes sobre a prova, seguem:

“A prova de francês do CACD 2023 foi muito bem elaborada e esteve dentro do previsível, considerando a evolução dos últimos anos. Ainda que menos extensa do que nas duas últimas edições do concurso, certamente demandou rápidas tomadas de decisão e pleno domínio de conhecimentos de base, como gramática e ortografia.”

“O texto de referência para o exercício de resumo foi extraído de uma fonte tradicional das relações internacionais, a revista Questions Internationales. Texto mais extenso do que dos dois últimos anos, porém acessível, com uma temática relevante da atualidade: o poder das grandes plataformas digitais. Fico feliz por ter apresentado aos alunos do curso de Aprofundamento de francês 2023 do Clipping quatro exercícios de resumo com esse tema. Um dos grandes desafios do exercício foi garantir o levantamento de todas as ideias centrais sem exceder o tempo disponível. Certamente o uso de conectivos bem escolhidos foi essencial para coordenar ideias e exemplos de forma concisa. O vocabulário do texto não apresentou problemas para os candidatos bem-preparados.”

A versão trouxe um texto clássico: o que poderia ser mais tradicional na prova de francês do CACD do que as memórias do Barão do Rio Branco contadas por seu filho, um embaixador? A extensão foi razoável, sobretudo ao se comparar com os dois últimos anos (cerca de 350 palavras). O domínio dos tempos verbais passé composé e imparfait foi importantíssimo. Comme d’habitude, o texto trazia algumas palavras menos usuais, que certamente deixaram muitos candidatos em dúvida (desconcertante, aformoseia, desengano…). Isso, porém, não é determinante para a nota final. Pode também ter causado estranhamento o seguinte trecho: “[…] a luz maravilhosa que a criança cuida ter surpreendido no pó deixado em seus dedos pela borboleta multicolor.” Pelo fato de trazer um vocabulário simples, porém raramente abordado em textos das relações internacionais, surpreendeu muitos candidatos. Isso nos indica, uma vez mais, que os estudos para a prova de francês do CACD não podem ser resumir a um conjunto de regras gramaticais e listas de palavras específicas!

Resumo em francês

Versão em francês

Espanhol

Em espanhol, o resumo trouxe uma reportagem do El País, escrita por Elsa Fernández-Santos, sobre o famoso cineasta espanhol Carlos Saura, falecido em fevereiro deste ano. Assim como em francês, o grande desafio foi a extensão do texto.

Quanto à versão, este ano tivemos novamente um texto literário, mostrando que o IADES vem mantendo a tradição de trazer reportagens no resumo e textos literários na versão em espanhol. Para muitos candidatos, o texto da versão foi razoavelmente simples no que tange à gramática, mas exigente no vocabulário.

O que a nossa professora disse?

A professora de Língua Espanhola Alejandra Bermúdez teceu alguns comentários sobre a prova:

“Minhas impressões sobre a prova de Espanhol 2023: a banca apostou mais no vocabulário do que no ano passado, parece que houve um incentivo ou uma orientação mais clara nesse sentido, e ainda bem! Porém, o problema é que, ainda que a maioria do léxico estivesse ao alcance do candidato (bem preparado!), há evidentemente um certo desnível de exigência dentro do mesmo texto, o que complica, pois o cacdista precisa dar a sorte de cair vocabulário ‘simples’ de seu domínio e precisa, ainda, saber ‘gengibirra’ e ‘cocada preta’, por exemplo. Claro que algumas diferenças entre bancas já são esperadas, como na questão da extensão do texto (o Cespe preferia textos mais breves; o Iades indica forte preferência por textos bem longos). Os pontos gramaticais cobrados pela banca não são questionáveis, na minha opinião: o candidato que fizesse o ‘feijão com arroz’ bem feito, teria chances de um bom desempenho na prova. Então vamos aguardar para ver as marcações da banca e torcer para que os recursos das marcações equivocadas sejam deferidos.”

“O texto da VERSÃO 2023 foi longo, muito longo, mais do que em anos anteriores. O grande ‘vilão’ da prova foi, por incrível que isso possa parecer, o vocabulário. O léxico foi específico e um tanto complexo (glacê, cocada preta, gengibirra, celofane, fossas, aipim, números, etc). Como já havia antecipado no preparatório, a prova é acumulativa, isto é: você precisa dominar ‘do básico ao avançado’ e não ‘só’ as estruturas avançadas. O candidato precisa saber realmente as estruturas gramaticais mais básicas como os números, o presente e, ao mesmo tempo, as estruturas complexas como a substantivação de infinitivos ou artigo neutro. Verbos como ‘encabular’, ’embrulhar’, ‘acreditar’, ‘andar’ ou ‘adivinhar’ foram cobrados e também ganharam protagonismo os adjetivos como ‘amargo’, ‘agridoce’, ‘icomensurável'”.

“O RESUMO 2023 apresentou um texto atual e longo. Os protagonistas foram os marcadores temporais e as conjunções mais avançadas (‘aunque’, ‘sino’). Novamente, encontramos o protagonismo dos adjetivos não tão comuns e usuais: ‘pobre y apaleado’, ‘abigarrado’, ‘cruenta’, ‘dispares’, etc. Apareceram as preposições dos níveis mais avançados (‘ante’, ‘tras’, ‘hacia’) e quase todos os tempos verbais do pretérito.  E, é claro que a colocação pronominal foi, mais uma vez, o carro chefe (‘ponerla’, ‘redactarlas’). A partir desse Resumo 2023, destaco, mais uma vez, a minha opinião de que o mais importante é a CORREÇÃO GRAMATICAL. Ainda que o candidato dominasse todas as nuances contextuais e o léxico específico, o que sempre rouba a nota é a gramática.”

“Novamente, parabéns a todos por terem chegado até aqui e boa sorte, pessoal! Chegar na terceira fase é um momento muito único e decisivo. Parabéns! Agora vamos manter o foco nos recursos. O jogo só acaba quando termina!”

Resumo em espanhol

Versão em espanhol

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