Olá amigos e amigas do Clipping, como visto nas três aulas gratuitas que rolaram anteriormente no nosso canal do Youtube, trazemos aqui um resumo da última aula: Instagram X Tik Tok: A Crescente Tensão Entre China e EUA
Além disso, trazemos aqui, todas as informações sobre o curso lançado pelo Petit Journal em parceria com o Clipping: China: ascensão, poder e afirmação
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Então vamos lá, pessoal. Novamente, o post foi dividido em assuntos específicos e à partir dos subtítulos, vocês podem ir se guiando dentro da aula.
1. Resumo da aula
O mundo mudou (5:45)
- Nas últimas décadas, o mundo econômico mudou muito. Uma comparação entre as nacionalidades os setores das empresas com o maior valor de mercado do mundo, em 2000 e hoje, permite ver essa mudança.
- 2000: empresas com décadas de história, majoritariamente norte-americanas ou japonesas.
- 2019: empresas de história recente e voltadas para o setor de tecnologia da informação. A maioria ainda é norte-americana, mas há muitas empresas chinesas.
- No mundo econômico contemporâneo, novas ondas de inovação tecnológica transformaram os dados no “novo petróleo”.
- Os dados permitem saber onde os consumidores estão.
- Como os consumidores se relacionam e quais são seus padrões de consumo.
- O que os consumidores compram e de quem eles compram.
- Os algoritmos de redes sociais permitem que as empresas tenham acesso a todos esses dados, pois são as plataformas que usamos com maior frequência. Diariamente, usamos o Facebook, o Instagram, o WhatsApp e o Twitter em diferentes momentos, o que gera um grande volume de informações disponíveis a essas empresas.
- “Quando algo é de graça, o produto é você!”, Daniel Souza.
- As redes sociais utilizam nossas informações de acesso e de uso para vender dados a anunciantes de outros produtos.
- Por meio de nossos dados, as redes sociais são capazes de oferecer aos anunciantes o “match perfeito”, os consumidores mais dispostos a comprar seus produtos.
Mercado de redes sociais e contexto atual (20:00)
- Em decorrência do valor dos dados, o mercado de redes sociais é um mercado de riqueza e de poder.
- As redes sociais com o maior número de usuários ativos são:
- Facebook (2,6 bilhões)
- YouTube (2,0 bilhões)
- WhatsApp (2,0 bilhões)
- Facebook Messenger (1,3 bilhões)
- WeChat (1,2 bilhões)
- Primeiro concorrente fora dos Estados Unidos.
- A disputa pelas redes sociais torna-se um tema mais relevante em economia internacional à medida que começam a surgir competidores chineses no mercado. Enquanto as redes sociais norte-americanas eram hegemônicas, essa temática não causava tanta polêmica no âmbito internacional.
- Ponto de virada: quando redes sociais chinesas começam a disputar mercado com redes sociais norte-americanas, sobretudo nos Estados Unidos, coletando dados de cidadãos norte-americanos.
- Ordem executiva de Donald Trump (Agosto/2020): bane o WeChat e o Tik Tok dos EUA, caso essas redes sociais não sejam compradas por empresas norte-americanas, em um prazo de 45 dias.
- São as duas maiores redes sociais chinesas, com acesso a grandes mercados na China, onde o Facebook e o Instagram não têm permissão para atuar.
- Além do acesso exclusivo ao mercado chinês, o Tik Tok também vem ganhando grande número de novos usuários nos EUA.
- Microsoft e Twitter estão avaliando a compra do Tik Tok.
Geopolítica das redes sociais (34:00)
- Facebook: é a empresa líder no mercado de redes sociais, tentando esquivar-se de uma ação antitruste nos Estados Unidos. Em decorrência de seu tamanho e da prática de comprar concorrentes ascendentes (e.g. Instagram e WhatsApp), o Facebook é acusado de práticas monopolistas.
- Em decorrência de suas práticas de mercado, consideradas prejudiciais para a concorrência, Mark Zuckerberg vem sendo chamado ao Congresso dos EUA, para depor.
- O Facebook sofria críticas tanto de Republicanos quanto de Democratas. Enquanto estes criticam a complacência da rede social com discurso de ódio, aqueles alegavam que os perfis e páginas de direita eram censurados.
- Resposta do Facebook: alguém vai dominar o mercado. É melhor que seja uma empresa dos EUA. “Somos americanos e seguimos valores americanos”, Mark Zuckerberg.
- Diante da ascensão das redes sociais chinesas e da intensificação da disputa geopolítica entre os EUA e a China, é positivo para os interesses norte-americanos ter a maior rede social do mundo.
- Instagram: criado em 2010 e comprado pelo Facebook em 2012, o Instagram exemplifica a maneira como Mark Zuckerberg atua no mercado de redes sociais. Para competir com o YouTube, o Instagram laça a funcionalidade do IGTV, em 2018. Para competir com o Tik Tok, foi lançada a funcionalidade do Reels.
- Atenção: em 2014, o Instagram foi banido da China.
- WeChat: trata-se de um aplicativo de mensagens com quase 1,2 bilhões de usuários que também permite a transferência de dinheiro. Embora o maior número de usuários do WeChat esteja na China, também há muito usuários nos EUA e na Europa, onde a comunidade de expatriados chineses utiliza o aplicativo para comunicar-se com seus parentes na China.
- Quem é dono do WeChat? O aplicativo pertence à empresa Tencent, a 6º mais valiosa do mundo. Trata-se da primeira empresa asiática a ultrapassar US$ 1 trilhão em valor de mercado. É uma empresa pública, ligada ao Partido Comunista Chinês.
- O PIB do Brasil, em 2019, foi de US$ 1,7 trilhão.
- Caso fosse um país, a Tencent faria parte do G20.
- Quem é dono do WeChat? O aplicativo pertence à empresa Tencent, a 6º mais valiosa do mundo. Trata-se da primeira empresa asiática a ultrapassar US$ 1 trilhão em valor de mercado. É uma empresa pública, ligada ao Partido Comunista Chinês.
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O Grupo dos 20 foi criado em 1999, em resposta às crises financeiras no México (1994), na Ásia (1997) e na Rússia (1998). Inicialmente, tratava-se de um fórum de diálogo informal entre ministros de finanças e presidentes de bancos centrais de economias desenvolvidas e emergentes, para enfrentar os desafios relacionados à instabilidade do sistema financeiro internacional. Quando eclodiu a crise financeira global de 2008, os países do G20 decidiram elevar o nível de participação das autoridades para Chefes de Estado e de Governo. Desde então, a agenda do G20 tem-se expandido para além da esfera econômico-financeira e incluindo temas como desenvolvimento sustentável, combate à corrupção, economia digital, energia, infraestrutura, mudança do clima, emprego, saúde e educação. O G20 tem importância central para o Brasil, pois é um foro de governança global que reúne as principais economias do mundo, em formato flexível, o que facilita o debate e a formação de consensos.
- Tik Tok: com uma lógica e uma cultura mais ocidentais, o Tik Tok pertence à empresa ByteDance, que também é chinesa. Trata-se de uma rede social em que são compartilhados vídeos curtos, com uso majoritariamente por jovens. Oficialmente, a empresa não divulga o número de usuários ativos, mas se estima que são 800 milhões de usuários, estando presente em mais de 150 países.
- Novo líder? Diferentemente de redes sociais anteriores, analistas afirmam que o Tik Tok tem potencial para desafiar a liderança norte-americana no mercado de redes sociais.
- É a Startup mais valiosa do mundo!
- Trata-se de uma rede social com grande potencial de vício, com médio de 52 minutos diários de uso pelos usuários. São 1 bilhão de novos vídeos por dia.
- Estratégia para contornar críticas dos EUA: trazer importante executivos norte-americanos para a gestão da empresa.
- Novo líder? Diferentemente de redes sociais anteriores, analistas afirmam que o Tik Tok tem potencial para desafiar a liderança norte-americana no mercado de redes sociais.
China: potência tecnológica (1:09:50)
- Há anos, a China busca transformar-se em uma potência da nova economia digital, com elevados investimentos em educação, para potencializar a inovação tecnológica. Esse é um processo que se contrasta com a diminuição do ritmo de inovação das empresas de tecnologia dos EUA.
- Passado: Vale do Silício.
- Futuro: Zhongguancun Software Park.
- Atualmente, os aplicativos chineses dominam as listas de downloads no Ocidente. Para entrar no mercado norte-americano, muitas empresas da China usaram a estratégia de comprar startups populares nos EUA. Esse foi o caso do Tik Tok, que entrou no mercado dos EUA por meio da compra da empresa Musical.Iy.
- Evolução dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D): em 1978, apenas 1,4% dos chineses tinham ensino superior. Atualmente, 20% da população da china tem acesso ao ensino superior. Esse crescimento foi alcançado por meio de elevados investimentos na área da educação, que se mantiveram em níveis de 20% do PIB nas últimas décadas.
- No futuro próximo, a China deve superar os EUA e tornar-se o país que mais investe em pesquisa e desenvolvimento.
Atrito: China x EUA (1:23:50)
- Os aplicativos chineses são considerados inseguros, pois coletam mais dados do que é divulgado. Embora Facebook, YouTube e Instagram também coletarem dados, são empresas norte-americanas coletando dados de cidadãos dos EUA. A situação torna-se mais delicada, quando são empresas chinesas coletando dados norte-americano.
- Perigo de espionagem tecnológica.
- Mais uma vez, ecoa a fala de Mark Zuckerberg: “Somos americanos e seguimos valores americanos”.
- Passado comprometedor, mas de olho no futuro: o Tik Tok já foi condenado por coletar, ilegalmente, dados de menores de idade. Os aplicativos chineses que operam nos EUA são voltados ao público jovem, que serão os consumidores e os eleitores do futuro.
- China fechada para aplicativos norte-americanos: ciente do potencial do uso de dados coletados por meio de redes sociais para a criação de padrões de consumo, a China fechou-se para aplicativos norte-americanos há muito tempo.
- Fala-se em uma “Great Firewall of China”, em regência à Grande Muralha da China.
- Contramedida? A intenção de Donald Trump querer banir aplicativos chineses nos EUA pode ser interpretada como uma reação à prática chinesa.
Internet 5G (1:37:00)
- No contexto da eleição para presidente dos EUA, prevista para novembro de 2020, Trump busca reforçar sua imagem de “Tough on China”, de ser o único capaz de fazer frente à ameaça chinesa. Nessa disputa entre Washington e Pequim, o advento da internet 5G e a liderança nesse mercado é uma das frentes de maior atrito.
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A corrida pela liderança da internet 5G tem sido motivo de atritos entre a China e os EUA. Na atual era da informação, a tecnologia é considerada tema estratégico e de segurança nacional. Os norte-americanos temem a China, particularmente o grupo Huawei, pois afirmam que poderá haver compartilhamento de informações com o governo chinês, uma vez que a empresa possui vínculos com o Partido Comunista. Além da China e os EUA, Coreia do Sul e Japão também estão fortemente envolvidos no desenvolvimento dessa tecnologia.
- O que é o 5G? Trata-se da nova geração de telecomunicação móvel, a evolução da internet 4G. A velocidade de upload e de download do 5G pode ser até 20x maior que a internet do 4G. Esse ganho de velocidade poderá permitir a internet das coisas, a conexão de diferentes bens e recursos na internet.
- A grande questão é quem irá fornecer a infraestrutura necessária para o 5G? Atualmente, a empresa chinesa Huawei lidera esse mercado, com tecnologias mais avançadas e preços mais baixos.
- Os EUA buscam contrapor a competitividade da Huawei à questão da vulnerabilidade de dados. Sem conseguir desenvolver uma alternativa viável à empresa chinesa, os EUA tentam convencer seus aliados, que buscam fornecedores para instalar suas redes 5G, de que eles vão estar mais suscetíveis à espionagem, se negociarem com a Huawei.
2. Assista à aula na íntegra
3. Informações sobre o curso do Petit Journal
Nome do curso: China: ascensão, poder e afirmação
Professores
Professor Daniel Sousa é professor especializado no CACD há 17 anos. Atua também como comentarista da Globo News e Coordenador do Ibmec Rio de Janeiro e co-fundador do Petit Journal.
Professor Tanguy Baghdadi é professor especializado no CACD desde 2007. Também atua como professor do MBA do Ibmec, comentarista de política internacional da Globonews e co-fundador do Petit Journal.
Ementa
A China é um tema incontornável para a política internacional contemporânea. Se tudo o que envolve o país vem em superlativos, o mesmo acontece quando olhamos para o impacto de suas ações no plano internacional. Este curso tem por objetivo desvendar o percurso da China dos últimos 40 anos, com suas profundas mudanças econômicas, políticas e sociais, que alteram o eixo de poder mundial. O país, que disputa espaço com a grande potência do nosso tempo, os Estados Unidos, merece atenção diante de seus movimentos domésticos, regionais e internacionais.
Estrutura
O curso terá um total de seis horas de aula, divididas em 4 encontros de 1h30. As aulas poderão ser assistidas ao vivo, às terças-feiras, 21h; ou posteriormente, em até 3 meses a partir do início do curso.
Público-alvo
Pessoas de qualquer idade, interessadas em história e política internacional contemporânea; estudantes de ensino médio, visando aos temas de atualidades para provas de vestibular e ENEM; estudantes universitários de qualquer curso de graduação; postulantes a uma vaga no Instituto Rio Branco, do Ministério das Relações Exteriores.
Cronograma
| Tema | Professor | Data |
Aula 1 | China: de país agrário a potência mundial | Daniel Sousa e Tanguy Baghdadi | 25/08/2020 |
Aula 2 | A China e suas fronteiras: Japão, Índia, Hong Kong, Coreias e Tibet | Daniel Sousa e Tanguy Baghdadi | 01/09/2020 |
Aula 3 | A China e a periferia do mundo: África, América Latina e BRICS | Daniel Sousa e Tanguy Baghdadi | 08/09/2020 |
Aula 4 | A China e o mundo: EUA, Europa e futuro | Daniel Sousa e Tanguy Baghdadi | 15/09/2020 |
⚠️ ATENÇÃO: Em respeito aos alunos e com o intuito de manter a qualidade das interações com os professores por meio do Clipping Chat, as vagas serão limitadas. Solicitamos aos interessados que façam suas inscrições o quanto antes pelo link.
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